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A MPB 90

chega aos 60

Enquanto se aproximam das seis décadas de vida, Zeca Baleiro, Zélia Duncan, Chico César e Paulinho Moska revisitam suas trajetórias que, mesmo sem intenção, acabaram formando um movimento

por_Chris Fuscaldo do_Rio

Enquanto se aproximam das seis décadas de vida, Zeca Baleiro, Zélia Duncan, Chico César e Paulinho Moska revisitam suas trajetórias que, mesmo sem intenção, acabaram formando um movimento

por_Chris Fuscaldo do_Rio

E, num piscar de olhos, já se passaram 30 anos desde que o mercado da música se abriu para uma nova galera que tocava nas rádios e subia aos palcos com uma sonoridade diferente, mas que acabou encaixada na prateleira da MPB. Nos anos 1990, Chico César, Zélia Duncan, Zeca Baleiro, Paulinho Moska e outros apareceram separadamente, não formando um movimento, sem uma estratégia definida, mas, de alguma forma, dialogando entre si com seu som misturado, meio pop, meio rock, alguns deles com sotaque nordestino. Em uma década em que não havia uma onda, mas várias acontecendo ao mesmo tempo, eles acabaram sendo recebidos na “família MPB” e reinventaram o gênero com seus violões, cantando suas composições e apresentando mais da cultura de um Brasil que os brasileiros pouco conhecem. Chamada, na época, de Nova MPB, a música continua atual e sendo atualizada por eles mesmos e suas plateias a cada ano que passa.

foto_Necka Ayala

Zeca Baleiro: 'alguém tem que ser anacrônico. Então, lanço singles, feats, mas lanço álbuns também'

Este ano, Chico César e Zélia Duncan completam 60 anos – ele, em janeiro; ela, em outubro –, enquanto Zeca Baleiro se prepara para celebrar os seus daqui a dois anos, e Moska, em 2027. Também em 2024, completam-se os 30 anos do lançamento do segundo álbum de Zélia (“Zélia Duncan”), um divisor de águas na carreira dela. Ano que vem, o aniversário de três décadas será do disco de estreia de Chico (“Aos Vivos”) e daquele que catapultou a carreira solo de Moska (“Pensar É Fazer Música”). Zeca será o último a comemorar, em 2027, os 30 de seu primeiro e arrebatador álbum, “Por Onde Andará Stephen Fry?”. As celebrações seguirão adiante, pois, também de uma forma inusitada, nenhum deles perdeu a força depois de largar rumo ao sucesso. Mesmo em um mercado bastante diferente daquele que encontraram quando se estabeleceram, Chico, Zélia, Zeca e Moska continuam enchendo as mesmas casas de shows e gravando novos álbuns. Essa Nova MPB nunca ficou velha, e isso se vê não só na música como, também, na circulação dos nossos sexagenários (ou quase).

Ilustraçãode violão, microfone e caixa de som

É disso e muito mais que eles falaram numa longa conversa com a UBC.

O RÓTULO MPB ME SOAVA EXCLUDENTE. VEJA A IRONIA: HOJE, 26 ANOS DEPOIS, SOU VISTO COMO INTEGRANTE DA 'FAMÍLIA MPB'.

Zeca Baleiro

Esse papo é sobre a resistência dessa MPB dos anos 90 a que vocês deram à luz e que cativou tanta gente. Vocês sabiam que estavam fazendo MPB, quando começaram?

CHICO CÉSAR: Eu me defino como MPB desde sempre, porque MPB é um guarda-chuva bastante generoso em que sinto incluídos os trabalhos de Banda de Pífanos de Caruaru até Sepultura. A minha maior referência é a generosidade desse guarda-chuva, onde cabe tudo, todo o Brasil e suas manifestações musicais.

ZÉLIA DUNCAN: Eu comecei a cantar aos 16, e a primeira música do show era “Fazenda”, do repertório de Milton Nascimento. Meu primeiro amor foi a música brasileira, mas nunca o único. Eu apareci como uma novidade que a gravadora não revelava havia seis anos, muito por conta da sonoridade do álbum, incluindo o timbre de voz e as músicas que eram minhas, na maioria. Fui revelada mais como pop, mas sempre recheada de MPB. Minha discografia deixa isso muito claro.

ZECA BALEIRO: Na verdade, eu não sabia o que estava fazendo, só fazia. Também não sabia se haveria público para aquilo. Queria ser reconhecido como “rock” ou fazedor de uma espécie de canção “experimental”. Eu era bem estranho, minha demo também era estranha. Eu era provocador, instigador, briguento... E, embora amasse a tradição da música brasileira, o rótulo MPB me soava excludente demais, quase “clubista”. E, veja você que ironia: hoje, 26 anos depois, já sou visto como integrante da “família MPB”.

PAULINHO MOSKA: Eu entendo “MPB” como um estilo antropofágico de sua própria diversidade exponencial. Sou um cantautor de canções, como meus ídolos que eu escutava nas rádios. O tipo de canção que eu gosto e faço segue um formato que se estabeleceu a partir da Bossa Nova (anos 50), passando pela Jovem Guarda e pela Tropicália (anos 60), cruzando a MPB (anos 70), avançando pelo Rock (anos 80) e desembocando naturalmente numa “Nova MPB” nos anos 90, que só continuou a misturar. Meu primeiro disco solo (“Vontade”, de 1993) não era MPB, era rock, mas a canção estava lá. Só a partir do meu segundo álbum (“Pensar é Fazer Música”, de 1995) é que comecei a misturar as minhas referências de infância e adolescência com o pop-rock que eu vinha fazendo depois que saí da banda Inimigos do Rei. Faço MPB, sim, essa música agregadora que se alimenta de si mesma... e continua sempre com fome de novidades.

Ilustração de violão, trompete e notas musicais

Qual nível de esforço vocês acham que precisaram fazer para se manterem fiéis à proposta que trouxeram ao mundo?

CHICO: A minha proposta é ser live. E minha liberdade é o que me faz fazer desde aboios a coisas mais discoteque, rock, a compor em português, em inglês, em francês, em espanhol, à medida em que vou conhecendo mais essas línguas. Fazer música instrumental, boleros, canções, toadas. Não há muito esforço porque a liberdade é que te leva, não é você que leva a liberdade.

MINHA PROPOSTA NO MUNDO ERA VIVER DE MÚSICA. SE PENSARMOS NESSE FOCO, EU CUMPRI.

Zélia Duncan

ZÉLIA: Será que alguém sabe que “proposta trouxe ao mundo”, assim com essa clareza? Minha proposta no mundo era viver de música, eu só pensava nisso. Em cantar. E, se pensarmos nesse foco, sim, eu cumpri. O esforço que fiz e faço é para existir e me manter de alguma forma com um frescor. O que me dá esse frescor é o risco. O novo pra mim. O esforço é ser honesta com o que faço e entregar ao público o que mais possa ter de mim, sem truques artificiais. Os tempos mudaram, estamos envelhecendo, e é interessante olhar o caminho trilhado, o que deu pra trazer, o que parece ter ficado pra trás. E como olhar pra hoje e pra frente. São desafios diários.

ZECA: Um esforço grande, sem dúvida, feito de muito sacrifício, renúncia, falta de grana, solidão etc. Dizem que sorte é estar preparado na hora que surge a oportunidade, e eu acho que estava, se não pronto, quase pronto. E a estrada vai moldando a gente também, fazendo aprender a conduzir as coisas, shows, discos, plateias indispostas etc.

MOSKA: É necessário coragem, confiança, autoestima, perseverança, curiosidade, loucura, viagem, sonho. Cabeça nas nuvens e pé no chão. Meu primeiro contrato solo com uma gravadora me obrigava a lançar um disco a cada dezoito meses... Ou seja, nos meus cinco primeiros álbuns, lancei um produto já pré-produzindo o próximo. Gasta-se uma juventude inteira para construir qualquer carreira, e nunca com pouco esforço. Minha geração foi a primeira a não ser um “movimento” musical como se costumava definir as gerações anteriores. Éramos como um arquipélago que comunicava suas ilhas através de pontes individuais. O nome “Nova MPB” foi criado por algum jornalista só para descrever uma geração, mas a gente devia ser chamado mesmo é de “A Velha e Boa MPB”, assim como a nova geração (2000 em diante). #SomosTodosMPB

Já faz aproximadamente 30 anos que vocês se estabeleceram. Olhando para trás, qual é o balanço que fazem daquele momento e de seus trabalhos? Mudariam algo?

CHICO: O primeiro disco, “Aos Vivos” (1995), é um talismã. Foi ele que me fez ser escutado por outros intérpretes, por outros compositores, pelo público, não apenas no Brasil, mas no mundo todo. Ele é assim porque eu não tinha dinheiro para pagar um estúdio e gravar dentro de um estúdio. Fui desaconselhado a lançar o disco daquela forma. Poderia ser um desperdício, porque as canções são boas, mas a vestimenta é pobre. E esse franciscanismo das canções foi o que mostrou a minha potência como compositor e como cantor e mostrou a potência da minha geração.

ACHO QUE NOSSA GERAÇÃO CONQUISTOU UM LUGAR. ZÉLIA, ADRIANA CALCANHOTTO, FERNANDA ABREU, ZECA BALEIRO, ANDRÉ ABUJAMRA, MOSKA, LENINE, VITOR RAMIL.

Chico César

ZÉLIA: “Catedral” nunca foi minha música de trabalho, veja só. Eu sentia que era forte, que era eu. Quando já tinha vendido 5.000 cópias, eu estava muito feliz. Então, as portas se escancaram. Eu acredito até hoje que a gente nunca sabe direito, mas, quando trabalhamos com afinco, a gente vai jogando as sementes e, se elas estão fortes, vão dar um jeito de germinar.

ZECA: Acho que não mudaria nada. Se pudesse voltar no tempo, talvez comprasse dois imóveis, para ter uma renda adicional (risos). Mas não me arrependo de nada do que fiz, incluindo aí os projetos passionais/suicidas, como o selo Saravá Discos, que me deu muita alegria e prazer, mas muito prejuízo também. É sempre melhor ser o que se é, sabe? Se nada der certo, pelo menos você não vai levar essa culpa para o túmulo. Vai poder bater no peito e dizer: “Fui o que devia ser”.

MOSKA: Quando a faixa “O Último Dia” me abriu a porta das rádios, eu tinha 28 anos e lançava meu segundo álbum solo, era um artista jovem cheio de expectativas. Eu já tinha experimentado um sucesso massivo com a banda Inimigos do Rei (1989) e já compreendia como o mercado funcionava. Isso foi de extrema importância porque pude fazer muitas escolhas conscientes para desenvolver uma sólida carreira solo. Foi feita também uma série na TV Globo sobre o fim do mundo (“Incidente em Antares”), e “O Último Dia” foi escolhida como tema de abertura. Foi um momento mágico, como uma curva que a gente faz na estrada e dá de cara com uma aurora colorida. Não gosto de pensar em mudar nada do passado... as coisas boas que acontecem hoje são consequência do que aconteceu antes.

Cantora Zélia Duncan
foto_Ale Catan

Zélia Duncan: 60 anos de vida, 30 de lançamento do álbum que mudou sua carreira

Vocês se adaptaram aos novos tempos do mercado da música, hoje muito voltado para singles, feats, sucessos rápidos, e com pouco retorno de direitos autorais?

CHICO: Os singles vêm como frutos de convites de outros artistas – como foi “Do Acaso”, parceria com Ronaldo Bastos que gravei com Alice Caymmi, que nos levou a concorrer ao Grammy e está na novela “Renascer”. Que eu me lembre de ter lançado um single solto foi o “Liga o Foda-se”, a convite do DJ Queruma, de Manaus. Ou o single é fruto de um projeto maior, que é um álbum. Eu sinto que a vida faz sentido com álbum. Eu gosto, inclusive, dessa volta de algo que nunca foi mesmo, que é o vinil, porque as pessoas estão voltando a prestar atenção na obra inteira. Ainda é um produto elitista, que espero que se popularize mais em algum momento.

ZÉLIA: Não, não acho que me adaptei. Eu continuo trabalhando muito, mas sei que muitas vezes pareço anacrônica. Mas não consigo ainda ficar jogando os singles ao vento… Gosto de roteiros, de motivos para gravar, de conexões entre as canções, ainda que sutilmente. Eu acho triste a falta de espaço interno desse tempo, de não ouvir a canção inteira, de plataformas que não sabem o caminho dos artistas e jogam as músicas ali dentro, de um jeito desorganizado e sem cuidado. Ao mesmo tempo, desfruto também da internet de várias formas, compondo, ouvindo, conhecendo algumas coisas. Mas voltei a comprar vinis e estou escrevendo e desenhando, enquanto canto e batuco meu violão.

ZECA: Acho que sim, dentro do possível. Porque, como diz meu amigo Edy Star, alguém tem que ser anacrônico, sempre. Então, lanço singles, double singles, feats etc., mas lanço álbuns também, que propõem uma escuta mais atenta, menos grosseira. Bem, eu diria que sou “conservador” em termos discográficos. Sou colecionador, tenho milhares de vinis, CDs, DVDs, então prezo a narrativa do álbum, e vou prezar até o fim, porque sou cria disso, como artista e como ouvinte de música.

MOSKA: Sim, eu ainda penso em álbuns... e em suas respectivas turnês. Aprendi assim, funciono assim, gosto assim. Sou superligado em todas as novidades musicais e de mercado e tento entender onde eu posso atuar melhor, mas me resguardo um pouco também, escolho bem o que fazer.

Qual balanço vocês fazem hoje da recepção à música que sua turma produziu nos anos 90 e nas décadas seguintes?

CHICO: Acho que a nossa geração conquistou um lugar nesse fluxo da música brasileira, né? Zélia, Adriana Calcanhotto, Fernanda Abreu, Zeca Baleiro, André Abujamra, Moska, Lenine, Vitor Ramil. Temos um lugar, um público que vem nos ver, seguidores nas redes e seguidores a quem influenciamos – artistas mais jovens que se inspiraram ou se inspiram em nós –, e isso dá um lastro. Ninguém começa algo assim do zero. É um fluxo que vem desde Os Oito Batutas, Donga, Pixinguinha, Luiz Gonzaga, Ernesto Nazareth, Jackson do Pandeiro, João do Vale, passando por João Donato, João Gilberto, Tom Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo, Chico Buarque, Djavan, Luiz Melodia, João Bosco, até chegar agora em JP, João Cavalcanti, Martins, Almério. E, de certa forma, ainda é uma coisa só, eu sinto.

Ilustração de violão, trompete e notas musicais

ZÉLIA: Bem, continuamos trabalhando e encontrando nossos cúmplices, acho que isso é um bom sinal. Não podemos dar conta de todas as mudanças como as que a internet e esses tempos produzem, mas construímos nosso espaço que encolhe, estica, às vezes até furamos a bolha. Acredito que faça parte do ofício se segurar nos fluxos!

ZECA: Olha, acho que ali juntou a fome com a vontade de comer, sabe? Havia uma exaustão natural da cena rock dos anos 80, que, apesar de ter sido incrível, solapou/silenciou muita coisa boa que surgiu em simultâneo. Lembro que, se eu mostrasse um baião na roda de amigos, eu pareceria velho demais, out demais, saca? Mas eu sempre gostei de experimentar, então, já nos anos 80 fazia rock, pop, reggae, mas também fazia maracatu, bumba meu boi, tudo meio enviesado, nada “tradicional” demais. Então, quando a cena do manguebeat se afirmou, abriu portas para uma “música brasileira” de fato. Abriu espaço pra quem, como eu, Chico César e Lenine, estava fazendo coisa parecida, embora em um viés menos rock e mais próximo ao que chamavam de MPB. Eu já tinha sido “convertido”, e foi o Chico César quem me abriu os olhos: “Rock já era, vai na tua”. A música da nossa geração permaneceu, mas precisou de perseverança para “duelar” com a tradição da MPB e com as apostas do grande mercado, como o próprio manguebeat.

MOSKA: O Brasil é enorme e diverso, muita gente consumindo muita música. Eu acho lindo ver que nos festivais escalam artistas de gerações diferentes na mesma noite. Tem Ney Matogrosso, Paralamas, Emicida e Tim Bernardes... e os públicos se misturam. Isso é o que eu chamo de MPB: uma música agregadora, que se multiplica, que atravessa o tempo e as modas. E o que fica é a canção.

Vocês já estão se tornando sexagenários. O que mudou fisicamente, emocionalmente, profissionalmente?

CHICO: Parei de tomar álcool no réveillon de 2019 para 2020, me tornei vegano com 6 ou 8 meses de pandemia, parei de tomar café no começo do ano passado. Isso tudo vem primeiro do estado de espírito e vai para o corpo, para o estado físico. Faço pilates, academia, fisioterapia, porque eu tenho uma hérnia de disco. Me sinto mais paciente – não que esteja menos crítico –, e sabendo mais cedo a hora de ir para casa, de sair de uma festa, dizer um não com firmeza sem ser ofensivo. Quando você é mais jovem, é mais sangue nos olhos, mas você vai aprendendo, maturando. “Aos Vivos” faz 30 anos ano que vem. E o meu desejo é ter mais 30 anos pela frente. Chegar aos 90 trabalhando, lúcido, criativo, sem me acomodar. Inspirado inclusive pela geração dos meus ídolos – Chico Buarque, Caetano, Gil, Ney, Milton, que passaram dos 80 com muita lucidez e criatividade.

ZÉLIA :Tudo. Mas sou eu aqui. Gosto do tempo.

ZECA: Fisicamente, acho que estou mais bonito e mais gostoso hoje (risos). Emocionalmente, sou o mesmo otário sentimental de sempre, para o bem e para o mal (risos). E, profissionalmente, me sinto mais “cascudo”, exigente, mais sereno e mais intenso, e não estresso com quase nada, só com gente chata (mais risos).

MOSKA: Ah… mudou muita coisa! A ressaca agora dura mais de um dia (risos). O corpo já não é mesmo, mas o espírito continua jovem. Adoro estar no palco, cantar, tocar, viajar, conhecer gente, comer diferente. O que eu já não gosto mais é de turnês longas, porque sinto saudade da família, da minha cama, da minha comida. Quando eu era jovem, encontrava meu equilíbrio na estrada, mas hoje é a casa que me equilibra. Estar perto dos filhos e da minha companheira é o que me dá mais alegria.

A RESSACA AGORA DURA MAIS DE UM DIA (RISOS). O CORPO JÁ NÃO É O MESMO. MAS O ESPÍRITO CONTINUA JOVEM.

Moska

O que podemos esperar para este ano ainda?

CHICO: Vem aí o disco com Zeca Baleiro, “Ao Arrepio da Lei”, e o disco “Belezas Pra Nós”, que mistura português, espanhol e inglês. Gravei no Uruguai, com parceiros argentinos que estavam afastados de seu país de origem, vivendo com uma certa liberdade por ser um lugar onde a Covid estava bem controlada. Nós três – eu, a cantora Rojobarcelo e o percussionista e produtor Esteban Blanca – compusemos ali umas dez músicas e fizemos uma versão de “Estado de Poesia”. É um ano mexido. Sem falar nas colaborações, que não param.

ZÉLIA: Vem aí a “ZD60”, uma corrida, onde ao final faço um show com convidados; outro roteiro para o Prêmio da Música Brasileira; e, provavelmente, um álbum inédito. Fora o resto, que não é pouco. No mínimo!

ZECA: Em março, sai o disco com Chico César, e vem o show também. Tem um disco em parceria com Wado quase pronto, com 10 canções que começamos a compor na pandemia. Tenho também o projeto de um disco com o grande Vicente Barreto: fizemos mais de 30 músicas juntos. E sigo fazendo trilhas para teatro, como “O Ninho”, de Newton Moreno, e de dança, como “Amores Extraviados”, espetáculo de um bailarino maranhense, o Hélio Martins, amigo dos primeiros anos de teatro nos anos 80 no Maranhão.

MOSKA: Estamos finalizando o audiovisual “Um Par Ímpar”, meu show em duo com Zélia Duncan. Em seguida, lanço também o meu audiovisual filmado no Circo Voador (RJ) em agosto de 2023, em um show em comemoração aos meus 30 anos de carreira solo. Outra coisa linda que está confirmada é a viagem pra Europa com a Mart’Nália, em maio, para fazer 10 shows em 5 países. Será um ano de lançamentos e muitos shows. Tudo novo de novo.

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