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por_Ricardo Silva de_São Paulo
Ludmila
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Pagode da vitória

A cantora e compositora Ludmilla lançou sua terceira incursão no mundo do pagode e do samba no final de fevereiro. Em “Numanice #3 Ao Vivo”, a artista da Baixada Fluminense célebre por seus megassucesso de funk, dá uma nova amostra da reverência que sente por outros sons afro-brasileiros apresentando diversas inéditas, entre elas “A Preta Venceu”, um pagode autobiográfico escrito por ela e pelos parceiros Cleitinho Persona e Elizeu Henrique.

“Era correria pra caramba, muito sonho e pouca grana/ Só quem tava lá pra saber como foi/ Eu pedi tanto uma chance só/ Sonhei de um jeito, e Deus fez melhor/ A preta venceu, encheu a mamãe de orgulho/ Lutei pra caray, conquistei os meus bagulhos/ Até lá na gringa eu tô fazendo barulho/ Do funk ao pagode, dominando tudo”, diz a letra, que sai num momento especial para ela: seus dez anos de carreira, celebrados neste 2024.

O álbum foi gravado há alguns meses, num show restrito a convidados no Mirante Dona Marta, no Rio de Janeiro, e teve a participação de Belo, Caio Luccas, Carol Biazin, Mari Fernandez, Menos é Mais, Veigh e Vitinho.

“De Caxias para o mundo. Quero geral ouvindo muito”, convidou a artista ao apresentar o lançamento aos seus mais de 30 milhões de seguidores em redes sociais.

Aymêe: denúncia viral

A jovem cantora e compositora gospel Aymêe vive um momento de estouro nacional após lançar uma tocante denúncia sobre a exploração sexual de crianças na Ilha de Marajó, no seu Pará natal. Composição sua, “Evangelho de Fariseus” foi destaque no concurso de talentos “Dom Reality”, voltado para o gospel, e viralizou nacionalmente com versos como “Enquanto isso no Marajó, o João desapareceu / Esperando os ceifeiros da grande seara / A Amazônia queima / Uma criança morre / Os animais se vão / Superaquecidos pelo ego dos irmãos / Um Evangelho de Fariseus.”

"Marajó é uma ilha a alguns minutos de Belém, a minha terra. Lá tem muito tráfico de órgãos, lá é normal. Lá tem pedofilia em nível hard. As criancinhas saem em uma canoa, 6,7 anos, e elas se prostituem no barco por R$ 5", disse Aymeê aos jurados.

A repercussão do vídeo e da canção a fez se aproximar de 2 milhões de seguidores no Instagram e 200 mil audições mensais no Spotify, além de ter provocado uma onda de debates sobre a pedofilia, em diversos vídeos no TikTok.

Aymee
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Ana Frango e Albero Cont
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Ana, Alberto, o menino eo Fortnite

A canção “Boy of Stranger Things”, de Ana Frango Elétrico e Alberto Continentino, entrou no jogo “Fortnite”, um dos mais famosos do planeta. Faz parte da seleção musical da rádio que toca música enquanto os milhões de jogadores se conectam ao vivo.

O tema, cheio de groove, arranjos de primeira e um sotaquinho setentista-oitentista irresistível, é um dos dez que integram o mais recente álbum de Ana, “Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua”, lançado em outubro de 2023, e traz o instrumentista e compositor Continentino tocando baixo. Sua inclusão em “Fortnite” mostra a potência - e o mar de oportunidades para a música - no universo dos games, onde já militam artistas underground e mainstream, como Emicida, BaianaSystem, Glória Groove, Karol Conká e até Zeca Pagodinho.

O tempo de Ubiratan Marques

Com canções em português e iorubá, além de uma sofisticada costura instrumental com acento jazzista de pegada afro-brasileira, o músico, compositor, maestro, instrumentista e arranjador Ubiratan Marques lançou seu primeiro álbum solo, “Dança do Tempo”, pelo selo Máquina de Louco. Membro do BaianaSystem desde 2018 - mas com ampla experiência musical anterior, tendo fundado a mítica banda de samba reggae Reflexu’s e a Orquestra Afrosinfônica, Marques apresenta, em oito faixas, um pouco das sonoridades que traduzem suas múltiplas referências musicais e seu estilo de fazer música.

O álbum teve produção de Filipe Cartaxo e do próprio Marques, direção artística do colega de Baiana Russo Passapusso e a participação de um timaço de músicos e intérpretes: Rowney Scott (sax soprano), Reinaldo Boaventura (percussão), Alexandre Vieira (contrabaixo e voz) e Tâmara Pessôa (voz), sendo ela integrante da Afrosinfônica.

“É o relato da minha história. Cada faixa é uma memória com o meu lugar”, diz o artista baiano, que teve a companhia de Danilo Caymmi nos dois shows de lançamento do projeto, no final de fevereiro, no Sesc Pinheiros, em São Paulo.

Ubiratan Marques
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Murilo Huff
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Murilo Huff: DVD, EP e festa itinerante

O cantor, compositor e músico sertanejo Murilo Huff lançou em janeiro seu quinto DVD de inéditas. Gravado em outubro na capital cearense, “Fortaleza” veio acompanhado de um EP, “Fortaleza Vol. 1 Ao Vivo” e de diversos clipes para as canções, um deles (da faixa “Malícia”) em parceria com Mari Fernandez. Em poucos dias, “Anestesiado” subiu posições para se tornar a sexta mais tocada do Top 50 do Spotify Brasil.

“A recepção de ‘Anestesiado’ me deixou ainda mais confiante e empolgado com o projeto. A gente sempre acredita no nosso trabalho, mas emplacar a primeira faixa entre as 20 mais ouvidas da principal plataforma de áudio foi incrível”, ele diz.

Outros dos clipes já lançados são das faixas “A Cerveja Abre Sozinha” e “Para de Me Tratar Bem”. Todas as canções, como tem ocorrido nos últimos anos no sertanejo, são criações coletivas de um pool de compositores. Outro dos sucessos do gênero, as festas itinerantes, também foi abraçado por Huff, que lançou o projeto “Ao Vivão”, uma série de shows protagonizados por ele e convidados que rodam país-afora. A primeira edição de 2024 será em 9 de março em Uberlândia (MG). Em 19 de abril será a vez de Teresina.

Mehmari revisita Tupinambá

O pianista, compositor e arranjador André Mehmari faz uma tocante homenagem à obra de Marcelo Tupinambá (Fernando Lobo, 1890-1953) em “Sombra e Luz”, seu mais novo álbum. Três das 16 músicas de Tupinambá que compõem o trabalho-tributo ainda estavam inéditas: a faixa-título, “Hora Anônima” e “Miragem”.

“Procuro encontrar um equilíbrio entre ser fiel à essência e transparência do original e trazer minha impressão digital”, diz Mehmari, que não só assina os arranjos, mas também a inédita “Retrato de um Pierrô Bem Acompanhado (Variações)”, que tem como base um tema de Tupinambá.

Gravado em 2018 no Estúdio Monteverdi, “Sombra e Luz” foi lançado durante o carnaval e está disponível nas plataformas digitais.

André Mehmari
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Luiza Sonza
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Recadin da Sonza

A cantora e compositora Luísa Sonza lançou no início de fevereiro o single “Recadin no Espelho”. A faixa, uma composição dela com Kevin O Chris, Carolzinha e Jenni Mosello, traz o funkeiro carioca nos vocais e, um mês depois do lançamento, já caminha para 5 milhões de visualizações do seu clipe no YouTube.

Num anúncio que dialoga com a nova moda dos clipes de coreografias (na qual já embarcaram Anitta e outros artistas), a gaúcha disse que escolherá a dança oficial da nova faixa a partir de vídeos enviados pelo público.

Além do lançamento, o início de 2024 está quente para Sonza, que se apresentou com enorme sucesso no Planeta Atlântida e já foi anunciada no line-up oficial de outros dois megafestivais: Rock in Rio e Rock in Rio Lisboa.

Um novo Semivelhos

Depois de decidir dar um “tempo” - e ficar cinco anos separada -, a banda de rock Semivelhos voltou e acaba de lançar seu terceiro álbum de estúdio, “Depois do Fim”. O trabalho mostra a maturidade dos seus quatro integrantes e reflete as experiências que viveram individualmente durante este longo hiato. O primeiro single lançado foi “Vertigem” e teve boa acolhida de público e crítica.

“O nome do álbum, sugestivamente escolhido, representa tudo o que aconteceu após términos, sejam eles relacionamentos, perdas familiares ou o próprio fim da banda”, descreve o baterista, cantor e compositor Mamede Musser. “Amadurecemos as letras, os riffs, a ousadia na mudança, mas quisemos mostrar que, de alguma forma, ainda somos os mesmos.”

Com produção de Iago Guimarães — que também canta e toca diferentes instrumentos —, o álbum teve criação coletiva do quarteto. Armando Rafael, integrante da banda Sanitário Sexy, também contribuiu e cocriou a faixa “Eu Quero Ver”.

Além do nome do disco e do seu processo de criação democrático, a imagem da capa, a foto de um interruptor aceso na posição “ligado”, traduz a ideia de sonho que se acende novamente, o início de uma fase que a banda baiana promete ser de muitas criações futuras.

Semi Velhos
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Leo Santana e Xande de Pilares
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Encontro de gigantes

Depois de protagonizar algumas das apresentações mais populares (e caras) do último carnaval — só numa das festas, em São José do Rio Preto (SP), teria recebido R$ 1 milhão de cachê e arrastado multidões —, Léo Santana já emendou um novo single dentro do seu projeto “PaGGodin”. Escrito pelo 'gigante', o single “É Assim Que Tem Que Ser” tem nos vocais um feat de Xande de Pilares e saiu na última semana de fevereiro.

“Sempre fui fã de Xande, e ele sempre foi uma inspiração para mim, que acabou se tornando um grande amigo que a música me deu. Poder tê-lo comigo em um projeto de samba traz mais peso ainda, pois, além de ser um cantor incrível, ele é uma das referências quando falamos de samba. A canção é muito gostosa, e espero que meus fãs curtam muito”, diz o baiano.

Xande de Pilares devolveu os elogios: “Participar do ‘PaGGodin’ com o Léo Santana é poder dar minha contribuição musical para essa pessoa de que eu gosto muito. O que mais me motivou a gravar essa faixa com o Léo é porque esse é o tipo de música que eu gosto. Tem uma letra que traz mensagens como perseverança e gratidão, e eu gosto de tocar o coração, de levar motivação para as pessoas.”

Mar de Caetano

Caetano Veloso lançou no último dia 23 de fevereiro uma regravação de “La Mer”, clássico da chanson francesa. Parte integrante da trilha sonora do filme “Une Famille”, de Christine Angot — recém-estreado no festival de cinema de Berlim —, “La Mer” foi escrita por Albert Lasry e Charles Trenet. Em sua nova vida pelas mãos do baiano, já ganhou até videoclipe.

“Guilherme Araújo era meu empresário. Passou anos pedindo pra eu cantar ‘La Mer’. Eu gostava imensamente dele (…) Quando ele morreu, senti. Numa apresentação em Paris, cantei ‘La Mer’ em homenagem póstuma a ele”, escreveu Caetano no X.

Foi a partir dali que surgiu o convite para gravá-la e sincronizá-la no filme de Angot - a cineasta estava na plateia do show.

Ainda em fevereiro, Caetano, de 81 anos, anunciou aquela que deverá ser sua última turnê internacional: “Meu Coco Tour”. A estreia será em 24 de março, nos Estados Unidos.

Caetano Veloso
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